sexta-feira, 1 de abril de 2011

Portugal - Filipe Camelo e Álvaro Amaro preocupados com redução de meios aéreos de combate a incêndios

Os presidentes das câmaras municipais de Seia e de Gouveia estão preocupados com a redução de meios aéreos para combate aos incêndios florestais na região, onde se localiza o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).
O presidente da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), Arnaldo Cruz, admitiu no domingo que serão feitos cortes no orçamento para meios de combate a fogos na ordem dos 20 por cento, sendo que os meios aéreos serão os que sofrem maior redução.
A preocupação sentida «não é exclusiva em termos do território que nos está confinado mas é em termos do todo nacional, porque sabemos da importância dos meios aéreos no combate aos fogos», disse à Lusa Carlos Filipe Camelo, autarca de Seia (PS).
Referiu que um corte nos meios aéreos significará que a disponibilidade de ataque «no período inicial» dos incêndios ficará «penalizada».
Segundo o autarca, a Serra da Estrela necessita de meios aéreos para combater os fogos porque, devido à sua orografia, «existem zonas inacessíveis a veículos e a pessoas». «Nesse combate são importantes os meios aéreos, não tanto os meios pesados, mas helicópteros, porque sabemos que o helicóptero é uma forma de combate muito eficaz, porque vai aos sítios onde os outros meios não penetram e colocam homens na fase inicial da intervenção», sustentou o também presidente dos Bombeiros de Seia.
Carlos Filipe Camelo reconhece que em época de crise «terá que haver sacrifícios de todos», defendendo que, no futuro, toda a acção de prevenção e de preparação do dispositivo em terra, seja efectuada nos nove meses do ano fora do período do Verão. O autarca também defende «uma maior atitude em torno da prevenção» dos incêndios florestais.
Já o presidente da Câmara Municipal de Gouveia, Álvaro Amaro (PSD), disse esperar que a redução nas verbas para o combate aos incêndios florestais, «que vai provocar uma diminuição dos meios [de combate] possa, ao menos, ser compensada com uma melhor coordenação dos meios existentes e à disposição, que é aquilo que tem faltado». O autarca denunciou que «nas ocasiões do fogo» tem verificado a existência de «muitas autoridades, muitas vozes de comando, que nem sempre coincidem». Devido a esta situação, observou, verifica-se «muito trabalho descoordenado e esforço dos bombeiros, às vezes, subaproveitado».
O PNSE abrange áreas dos concelhos de Seia, Gouveia, Guarda, Manteigas, Celorico da Beira e Covilhã.

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