"Em tempo de guerra não se limpam armas", diz o ministro.
O ministro da Administração Interna recorreu ao ditado popular "em tempo de guerra não se limpam armas" para reforçar a decisão de, em pleno período crítico de fogos florestais, não "mexer em tudo o que está previsto, organizado e planeado" pela Protecção Civil.
Miguel Macedo adiantou que "o dispositivo que estava montado continua absolutamente intocável em todos os seus aspectos" e assumiu que a "prioridade política" é ter este ano "menos fogos e menos área ardida".
O ministro falava aos jornalistas, ontem, no final de uma reunião com a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), em Carnaxide, Oeiras, para avaliar o dispositivo de combate aos incêndios florestais. Miguel Macedo adiantou ter recebido garantias de que o dispositivo no terreno - 41 meios aéreos (menos 15 que no ano passado) e 9210 elementos - é "o necessário para a época que se avizinha". E explicou que o objectivo da sua primeira deslocação como governante à ANPC foi o de dar um "sinal político de homenagem a um dos interesses nacionais mais fundamentais do momento".No entanto, o novo responsável pela pasta da Administração Interna não esclareceu se esta área vai passar para o Ministério da Defesa, como estava previsto no programa eleitoral do PSD. Também se escusou a "antecipar a notícia" sobre a eventual nomeação, para o seu ministério, de um secretário de Estado da Protecção Civil.A época mais crítica de incêndios florestais só começa a 1 de Julho, mas o calor dos últimos dias tem dado que fazer às corporações de bombeiros do país. O feriado de quinta-feira foi o que registou mais ocorrências, 160, do total de 1290 que estão até agora contabilizadas. No entanto, a Protecção Civil já alertou para as temperaturas elevadas que se vão fazer sentir este fim-de-semana, com os termómetros a chegarem aos 40 graus Celsius nalguns distritos.Ontem, os concelhos de Ponte de Lima, Gondomar, Maia e Oliveira de Azeméis viveram os casos mais complicados do dia. À hora do fecho desta edição permaneciam activos os incêndios em Loureiro (Oliveira de Azeméis) e Frejufe (Maia), que mobilizavam no seu conjunto 99 bombeiros, apoiados por 31 viaturas.
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