quinta-feira, 24 de março de 2011

Brasil - Defesa Civil tenta criar central de emergência

Contato direto via rádio com órgãos municipais que atuam em situações de alerta como chuvas facilitaria auxílio à população.


Uma Central de Emergência Integrada, com comunicação direta através de um rádio com vários órgãos municipais que tratam de situações de alerta extremo na cidade é um dos projetos que a Defesa Civil de Bauru está desenvolvendo neste ano. Outros pontos para aprimorar o trabalho do órgão também foram discutidos em uma reunião feita na tarde de ontem, no auditório do Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) de Bauru, com a ajuda da Defesa Civil de Campinas, uma das mais bem equipadas do Estado de São Paulo.

O encontro teve como objetivo exaltar o Dia do Meteorologista, comemorado na data de ontem. No entanto, a apresentação do diretor da Regional Campinas da Defesa Civil, Sidnei Furtado Fernandes, evidenciou a difícil situação da maioria desses órgãos: falta de estrutura e efetivo, além da falta de colaboração por parte da população. 

“Não adianta term o alerta e todo o suporte meteorológico, se não há estrutura e condições para trabalhar”, criticou Fernandes.

A Regional Campinas da Defesa Civil conta com um corpo efetivo de 70 funcionários e, atualmente, depois de muita luta, segundo seu diretor, o órgão municipal dispõe de viaturas de grande porte como caminhonetes, além de ter todo o aparato meteorológico diante de seus olhos - literalmente - em sistemas que ficam ligados 24 horas.

Infelizmente, a realidade de Bauru é outra. A Defesa Civil do município conta apenas com três funcionários diretos do órgão e outros 49 empregados em setores específicos da Prefeitura Municipal que ficam de sobreaviso em caso de emergência para auxiliar esses agentes.

Apenas duas viaturas picapes circulam pela cidade. Elas já possuem 20 anos de uso, e pelo menos uma delas deve ser trocada ainda neste ano, segundo o coordenador Álvaro de Brito. 

As instalações do órgão, apesar de precárias, serão reformadas nos próximos meses. “Atualmente nós contamos com dois computadores, um notebook e uma mini estação meteorológica, além do contato direto com o IPMet que nos transmite todas as informações necessárias”, destacou Brito.




Contato imediato


No entanto, o coordenador da Defesa Civil de Bauru revela a necessidade da criação de uma Central de Emergência Integrada para um contato mais rápido com órgãos emergenciais municipais. 

“O contato seria via rádio, instantâneo. É uma necessidade específica da Defesa Civil. Hoje nós comunicamos os órgãos que possuem equipamento para nos ajudar. Se isso já estivesse funcionando seria ótimo, mas eu precisaria ter gente trabalhando 24 horas”, explicou.

Outra necessidade da Defesa Civil de Bauru é o videomonitoramento em áreas que costumam ficar alagadas em ocorrências de chuva forte - como avenida Nações Unidas e a Alfredo Maia - ou que estejam em situação de risco. 

“Essa é uma medida que, além de contribuir para a segurança do município, contribui para que nós façamos um atendimento rápido e preciso no local”, acrescentou.

Por fim, Brito voltou a ressaltar que o primordial em muitas dessas situações é o trabalho da população na colaboração com a Defesa Civil. 

“Agora termina o período de chuvas e inicia-se a estiagem. Todos os anos a cena se repete: a população começa a atear fogo em mato, o que prejudica a natureza e a própria saúde das pessoas. O lixo jogado na rua contribui também para alagar a cidade na época das chuvas. Então, é preciso conscientização acima de tudo”.



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IPMet e a previsão do tempo


Muitos questionam a eficácia dos modelos que baseiam os meteorologistas nas previsões de tempo. No entanto, Ana Maria Gomes Held, diretora do Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru ressalta que esses modelos são eficazes.

Quando há uma grande concentração de chuva que segue em direção a Bauru e não se dispersa ou muda de direção, imediatamente o IPMet informa a Defesa Civil. Os modelos são eficazes, no entanto são previsões. 

“Quanto mais recente a previsão feita pelos modelos, mais certeza temos de como será a previsão do tempo. Quando é feita uma previsão para uma estação do ano, isso pode variar de acordo com os meses e nós monitoramos isso continuamente”, explica.

Alguns acreditam, por exemplo, que o verão foi o mais chuvoso dos últimos tempos. No entanto, Ana Maria explica que choveu acima da média especificamente no mês de fevereiro. “É esperado que chova no verão. Fevereiro, especificamente, foi um mês extremamente chuvoso”, disse. 

As chuvas, como já era previsto pelos meteorologistas, ficaram dentro da média, no entanto o mês de fevereiro foi o mais chuvoso deste verão.



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Funções distintas


Ao contrário do que muitos imaginam, o trabalho da Defesa Civil não é o mesmo dos policiais militares do Corpo de Bombeiros. As tarefas da Defesa Civil são prevenção, preparação, resposta e reparação. O salvamento é trabalho do Corpo de Bombeiros.

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