Na noite de segunda-feira, uma árvore da Escola Estadual Adamastor de Carvalho, no bairro Utinga, em Santo André, caiu atravessada na Rua Bogotá. O acidente destruiu um veículo, danificou dois portões e os fios de energia elétrica, deixando os moradores no escuro por mais de duas horas.
Apesar de assustadores, acidentes decorridos por queda de árvores do terreno da escola não são incomuns. De acordo com vizinhos, cinco incidentes aconteceram em 2010. "Cai árvore direto aqui, e ninguém faz nada. Do tamanho que elas (as árvores) estão, com certeza haverá novas quedas", disse a consultora de qualidade Daniela Pereira.
Por dez minutos e um telefonema, a vida da auxiliar administrativa Aline da Silva, 21, e de mais quatro pessoas não correu perigo. A jovem, que estava acompanhada da irmã, do cunhado e do sobrinho de 7 meses, estacionou seu carro dez minutos antes do acidente de segunda-feira. "Depois iria sair novamente, mas o telefone tocou e fui atender. Por isso não estava no carro no momento da queda", lembrou.
O veículo, que Aline havia ganhado do pai há 20 dias e não tinha seguro, ficou completamente destruído. Além de ter registrado boletim de ocorrência, a auxiliar administrativa disse que irá cobrar seus direitos para ter o prejuízo ressarcido. "É um absurdo, porque é um problema recorrente naquela escola. Todos sabiam que poderia voltar a acontecer."
A comerciante Regiane Alves, tia de Aline, teve o portão de sua residência parcialmente destruído. "Foi um estrondo terrível, tanto dos barulhos do carro e dos portões quanto pela explosão dos fios elétricos." Segundo Regiane, já foi feito um abaixo-assinado pedindo o corte das árvores. "Estão esperando alguém morrer para tomar alguma atitude."
Na manhã de ontem, a árvore ainda não havia sido retirada do local. O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que irá recolher a árvore, que foi cortada pela Defesa Civil. A equipe do Diário constatou diversos cupins na árvore. "Esses cupins vêm e destroem nossos móveis. É terrível," disse a advogada Viviane Cristina de Santana.
Em nota, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirmou que precisa de uma autorização do Semasa para fazer a poda e a retirada das árvores da escola. Já o Semasa apenas confirmou que será necessário abrir uma solicitação nos postos de atendimento do órgão para dar início a um processo ambiental. Neste ano, foram registradas 200 quedas de árvores.
Defesas civis mantêm vistorias e morador pode colaborar
A Secretaria de Serviços Urbanos de São Caetano registrou a queda de oito árvores no primeiro bimestre deste ano. Vistorias da secretaria com a Defesa Civil têm a missão de identificar aquelas que apresentam alguma anormalidade. O morador também pode fazer o chamado pelo número 156.
Em São Bernardo, o Departamento de Parques e Jardins está realizando um levantamento de dados referentes às praças, parques e arborização, que apresentará um diagnóstico da situação atual da vegetação na área urbana da cidade. Só após esse levantamento será possível ter acesso aos diagnósticos das árvores com algum tipo de problema. Avaliações com a Defesa Civil também podem determinar se haverá pulverização ou remoção da planta. Em janeiro e fevereiro, foram registradas as quedas de 67 árvores na cidade.
Já em Diadema, onde 90 árvores caíram no mesmo período, o Departamento de Paisagem Urbana salientou que mantém a vistoria durante todo o ano, evitando estragos causados pela queda de árvores.
Fonte: Diário do Grande ABC
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