Investigadores europeus vêm hoje a Portugal preparar instalação de protótipo. Protecção civil vai fazer simulacros
A zona ribeirinha de Setúbal vai testar durante o próximo ano um novo sistema para alerta da população em caso de maremoto. Os investigadores do centro de investigação da Comissão Europeia, o Joint Research Centre, vêm hoje a Portugal preparar a instalação de uma sonda ao largo da costa, que estará ligada a uma sirene e a painéis informativos. O objectivo, explicou ao i o coordenador do projecto Alessandro Annunziato, é perceber até que ponto a população adere ao sistema. A equipa vai instalar câmaras junto dos painéis para perceber a reacção aos alertas e aperfeiçoar o sistema desenvolvido para a costa mediterrânica e atlântica.
O sistema será instalado durante as próximas semanas. José Luís Bucho, do serviço municipal de protecção civil de Setúbal, revelou ao i que o período de testes vai incluir simulacros com alunos das escolas do concelho, a realizar ainda em 2011. A autarquia tem colaborado com o consórcio europeu e vai delimitar zonas de segurança para as quais as pessoas se devem deslocar em caso de tsunami, com base em modelos desenvolvidos pela empresa Hidromod. Para já, a iniciativa não terá qualquer custo para o país, mas no futuro o equipamento, cujo desenvolvimento custou cerca de 50 mil euros, deverá rondar os 3 mil a 5 mil euros: "A aplicação em larga escala vai depender do interesse dos governos", adiantou Annunziato. José Luís Bucho não tem dúvidas de que a aposta neste tipo de sistemas seria uma mais-valia. "Se hoje temos menos incêndios urbanos e industriais deve-se ao planeamento e à prevenção. Um exemplo oposto é o que acontece todos os anos com os incêndios florestais - desde 1950 que não temos um cadastro das florestas."
Até hoje o sistema do JRC só foi testado em Itália. A sonda detecta um epicentro no mar e processa a informação de forma a avaliar o risco de maremoto. Os resultados e eventuais alertas são transmitidos em painéis informativos, onde a população é aconselhada a deslocar--se para as zonas de segurança e recebe informações como números de emergência. Os sistemas deste tipo ainda não são usados na Europa, embora sejam comuns na costa do Pacífico. Neste caso, os investigadores acreditam que em caso de tsunami será possível alertar a população 30 minutos antes da chegada da onda.
Zona de risco Se um maremoto atingisse a zona ribeirinha de Setúbal, os danos seriam significativos, explicou ao i Adélio Silva, investigador da Hidromod, uma empresa de modelação em engenharia com trabalhos de consultoria nas áreas de ambiente e gestão de recursos e de catástrofes. A empresa participou recentemente num consórcio europeu que avaliou o impacto de tsunamis em zonas costeiras, neste caso Setúbal e Tróia. Num artigo que deverá ser publicado em breve, explica que os modelos foram feitos com base nas ocorrências mais comuns na região, ligadas ao banco de Gorringe ou à falha do Marquês de Pombal. Num cenário semelhante ao do sismo de 1755, os investigadores calculam que uma onda de sete metros atingiria Setúbal em 30 minutos. Entre os locais de impacto analisados, o mais vulnerável é o cabo de São Vicente, que poderá ser atingido por um maremoto 15 minutos após o sismo. Numa análise para Oeiras, os investigadores calculam que uma onda de nove metros chegaria oito minutos depois de atingir Setúbal. Num sismo mais moderado, a onda poderia chegar aos cinco metros e demoraria 32 minutos a atingir a costa setubalense.
Numa previsão dos danos, que se acredita virá a ser útil no planeamento de saídas de emergência e planos de socorro, estima-se que em Tróia a inundação se pudesse estender aos 600 metros, afectando toda a zona turística. Na zona ribeirinha de Setúbal, e no pior cenário, o tsunami avançaria 850 metros.
O sistema será instalado durante as próximas semanas. José Luís Bucho, do serviço municipal de protecção civil de Setúbal, revelou ao i que o período de testes vai incluir simulacros com alunos das escolas do concelho, a realizar ainda em 2011. A autarquia tem colaborado com o consórcio europeu e vai delimitar zonas de segurança para as quais as pessoas se devem deslocar em caso de tsunami, com base em modelos desenvolvidos pela empresa Hidromod. Para já, a iniciativa não terá qualquer custo para o país, mas no futuro o equipamento, cujo desenvolvimento custou cerca de 50 mil euros, deverá rondar os 3 mil a 5 mil euros: "A aplicação em larga escala vai depender do interesse dos governos", adiantou Annunziato. José Luís Bucho não tem dúvidas de que a aposta neste tipo de sistemas seria uma mais-valia. "Se hoje temos menos incêndios urbanos e industriais deve-se ao planeamento e à prevenção. Um exemplo oposto é o que acontece todos os anos com os incêndios florestais - desde 1950 que não temos um cadastro das florestas."
Até hoje o sistema do JRC só foi testado em Itália. A sonda detecta um epicentro no mar e processa a informação de forma a avaliar o risco de maremoto. Os resultados e eventuais alertas são transmitidos em painéis informativos, onde a população é aconselhada a deslocar--se para as zonas de segurança e recebe informações como números de emergência. Os sistemas deste tipo ainda não são usados na Europa, embora sejam comuns na costa do Pacífico. Neste caso, os investigadores acreditam que em caso de tsunami será possível alertar a população 30 minutos antes da chegada da onda.
Zona de risco Se um maremoto atingisse a zona ribeirinha de Setúbal, os danos seriam significativos, explicou ao i Adélio Silva, investigador da Hidromod, uma empresa de modelação em engenharia com trabalhos de consultoria nas áreas de ambiente e gestão de recursos e de catástrofes. A empresa participou recentemente num consórcio europeu que avaliou o impacto de tsunamis em zonas costeiras, neste caso Setúbal e Tróia. Num artigo que deverá ser publicado em breve, explica que os modelos foram feitos com base nas ocorrências mais comuns na região, ligadas ao banco de Gorringe ou à falha do Marquês de Pombal. Num cenário semelhante ao do sismo de 1755, os investigadores calculam que uma onda de sete metros atingiria Setúbal em 30 minutos. Entre os locais de impacto analisados, o mais vulnerável é o cabo de São Vicente, que poderá ser atingido por um maremoto 15 minutos após o sismo. Numa análise para Oeiras, os investigadores calculam que uma onda de nove metros chegaria oito minutos depois de atingir Setúbal. Num sismo mais moderado, a onda poderia chegar aos cinco metros e demoraria 32 minutos a atingir a costa setubalense.
Numa previsão dos danos, que se acredita virá a ser útil no planeamento de saídas de emergência e planos de socorro, estima-se que em Tróia a inundação se pudesse estender aos 600 metros, afectando toda a zona turística. Na zona ribeirinha de Setúbal, e no pior cenário, o tsunami avançaria 850 metros.
1 comentário:
Seria excelente em Portugal haver uma plataforma de Alertas via Cell Broadcast como já existe em vários Países e que está a ser testado em outros Países.
Tenho um Blog dedicado ao Cell Broadcast que possui mais de 300 artigos sobre implementações e estudos acerca do Cell Broadcast não só para envio de Alertas à População, mas também para outro tipo de serviços possíveis.
Em Portugal segundo li há meses querem implementar um sistema de alerta via SMS. Nenhum dos Países e em estudos realizados se optou pelo SMS, mas sim pelo Cell Broadcast.
Há meses enviei um mail para o MAI e Protecção Civil do qual não obtive qualquer resposta até hoje. Lamento que a falta de informação seja um factor predominante em Portugal. Já tive reuniões com operadoras móveis acerca deste tema, mas nenhuma se mostrou interessada em se lançar um Projecto Piloto em que permitiria enviar-se Alertas de acordo com a área geográfica não só para Portugueses como também para Roamers.
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