O Japão aumentou de quatro para cinco o nível de alerta nuclear, numa escala internacional de sete níveis para acidentes atómicos, na central de Fukushima. A crise foi causada por um sismo e tsunami que já fizeram 6911 mortos.
A informação, que está a ser divulgada pela Agência Japonesa de Segurança Nuclear, coloca a crise nuclear em Fukushima a dois níveis de distância da catástrofe de Tchernobil, em 1986, e ao mesmo nível do acidente de Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979.
O nível cinco significa que a situação em Fukushima é um "acidente com amplas consequências", segundo a Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos (INES, International Nuclear and Radiological Event Scale). Segundo esta escala, os eventos classificados de 1 a 3 são chamados "incidentes"; de 4 a 7 são chamados "acidentes". A classificação foi concebida para que a "gravidade de um evento seja cerca de dez vezes maior de nível para nível", explica a Agência Internacional de Energia Atómica. Segundo a escala, o nível 5 significa, para as pessoas e o Ambiente, "uma fuga limitada de material radioactivo que poderá exigir a implementação de medidas" e ainda "várias mortes por radiação". A nível de infra-estruturas, significa "danos graves do núcleo dos reactores", "libertação de grandes quantidades de material radioactivo numa instalação" que poderá ter sido causada por um acidente ou incêndio.
Hoje, o director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Yukiya Amano, confirmou que em Fukushima se vive uma corrida contra o tempo para tentar arrefecer os reactores da central, danificada pelo sismo e tsunami. "O arrefecimento é extremamente importante. Também eu acredito que esta é uma corrida contra o tempo", declarou em Tóquio, depois de um encontro com o primeiro-ministro nipónico, Naoto Kan, segundo a AFP.
"O acidente na central é muito grave. Por isso, é importante que a comunidade internacional, incluindo a agência internacional de energia atómica, participe nos esforços para aumentar a segurança", acrescentou.
Autoridades reforçam operações na central de Fukushima 1
Depois de ontem ter começado uma acção inédita na central, com o uso de helicópteros e canhões de água, hoje as autoridades mantêm o método e enviaram para o local mais reforços.
Pelo menos sete camiões-cisterna, equipados com canhões de água, estão a lançar dezenas de toneladas de água para tentar impedir que as barras de combustível nuclear usadas, na piscina do reactor 3, entrem em fusão e evitar um acidente nuclear maior, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo. No reactor 3, cuja estrutura externa foi destruída por uma explosão, a piscina está danificada.
Os esforços visam ainda arrefecer os reactores 1, 2 e 4, bem como a piscina deste último reactor.
"Com estas operações de bombeamento de água, estamos a combater um fogo que não conseguimos ver", comentou Hideohiko Nishiyama, sub-director geral da Agência japonesa de Segurança Nuclear, citado pela Reuters. "O fogo não está a alastrar mas não podemos dizer que está controlado".
O Departamento de Combate a Incêndios de Tóquio deverá juntar-se às operações na central, com 30 camiões, capazes de disparar grandes quantidades de água a grandes altitudes, e 140 bombeiros da sua equipa de resgate, adiantou ainda a Kyodo. Hoje os helicópteros deverão ficar em terra.
Ao início do dia, os funcionários de Fukushima dedicaram-se ao restabelecimento da electricidade, para tentar pôr a funcionar os sistemas de arrefecimento da própria central. As piscinas perderam os seus sistemas de arrefecimento depois do sismo de magnitude 9,0, de 11 de Março, seguido por um tsunami. Também deixou de ser possível monitorizar o nível da água e as temperaturas nas piscinas dos edifícios dos reactores 1 e 4.
A empresa Tokyo Electric Power Company (Tepco), que explora a central, acelerou os esforços para recuperar a energia nos reactores 1 e 2. Amanhã deverá fazê-lo nos reactores 3 e 4. No entanto, horas mais tarde, a corrente eléctrica ainda não tinha sido restabelecida, ainda que tenham sido feitos progressos.
Nuvens de fumo foram avistadas em três edifícios da central, informou fonte da Agência japonesa de Segurança Nuclear, sugerindo que as suas piscinas têm água em ebulição. O aumento da temperatura da água, normalmente a 40ºC, leva à redução do nível da água na piscina e expõe as barras de combustível usado à atmosfera, que poderão aquecer ainda mais e derreter, libertando materiais radioactivos no pior cenário, explicam especialistas citados pela agência Kyodo.
As medições na central de Fukushima 1 revelam que, esta manhã, os níveis de radiação diminuíram mas a Tepco - que explora a central - não quer falar ainda de uma tendência consolidada. Edano garante, citado pela Kyodo, que a radiação perto da central "não acarreta efeitos adversos imediatos para o corpo humano".
Se o Japão o pedir, 450 militares norte-americanos especializados em nuclear estão prontos a intervir, revelou hoje o comandante das forças americanas no Pacífico. A França e a Rússia também se disponibilizaram a ajudar.
Sismo e tsunami fizeram 6911 mortos
A situação na central nuclear de Fukushima foi causada pelo sismo e tsunami que abalaram a região Nordeste do Japão, a 11 de Março. A polícia nacional actualizou para 6911 o número de mortos confirmados, noticiou a agência Kyodo. De momento, o número de mortos e desaparecidos chegou aos 17.227. Cerca de 90 mil pessoas envolvidas nas operações de resgate já conseguiram descobrir 26 mil sobreviventes, desde a última semana.
De acordo com números do Governo, a catástrofe natural causou 269 incêndios, destruiu 11.991 casas e destruiu, parcialmente, 1232 estradas.
Actualmente, várias infra-estruturas vitais começam, gradualmente, a ser recuperadas. Estradas, aeroportos e portos começaram a ser restaurados.
No entanto, a distribuição de alimentos nos vários centros de abrigo, vindos de todo o país, continua difícil, devido à falta de combustíveis e de veículos de transporte. Há cerca de 370 mil pessoas em 2100 abrigos, numa altura em que a região vive uma vaga de frio.
Segundo a agência Kyodo, a falta de combustível levou o governo de Miyagi a autorizar o enterro das vitimas sem cremação. O governador de Miyagi, Yoshihiro Murai, apelou hoje aos sobreviventes do sismo para se deslocarem para outras províncias, por causa da dificuldade em providenciar alojamento a curto prazo. "Espero que as pessoas cooperem", disse aos jornalistas.
O porta-voz do Governo japonês, Yukio Edano, também disse em conferência de imprensa que o Governo está a considerar transferir os sobreviventes nos centros de abrigo da região de Tohoku para outras regiões.
O nível cinco significa que a situação em Fukushima é um "acidente com amplas consequências", segundo a Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos (INES, International Nuclear and Radiological Event Scale). Segundo esta escala, os eventos classificados de 1 a 3 são chamados "incidentes"; de 4 a 7 são chamados "acidentes". A classificação foi concebida para que a "gravidade de um evento seja cerca de dez vezes maior de nível para nível", explica a Agência Internacional de Energia Atómica. Segundo a escala, o nível 5 significa, para as pessoas e o Ambiente, "uma fuga limitada de material radioactivo que poderá exigir a implementação de medidas" e ainda "várias mortes por radiação". A nível de infra-estruturas, significa "danos graves do núcleo dos reactores", "libertação de grandes quantidades de material radioactivo numa instalação" que poderá ter sido causada por um acidente ou incêndio.
Hoje, o director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Yukiya Amano, confirmou que em Fukushima se vive uma corrida contra o tempo para tentar arrefecer os reactores da central, danificada pelo sismo e tsunami. "O arrefecimento é extremamente importante. Também eu acredito que esta é uma corrida contra o tempo", declarou em Tóquio, depois de um encontro com o primeiro-ministro nipónico, Naoto Kan, segundo a AFP.
"O acidente na central é muito grave. Por isso, é importante que a comunidade internacional, incluindo a agência internacional de energia atómica, participe nos esforços para aumentar a segurança", acrescentou.
Autoridades reforçam operações na central de Fukushima 1
Depois de ontem ter começado uma acção inédita na central, com o uso de helicópteros e canhões de água, hoje as autoridades mantêm o método e enviaram para o local mais reforços.
Pelo menos sete camiões-cisterna, equipados com canhões de água, estão a lançar dezenas de toneladas de água para tentar impedir que as barras de combustível nuclear usadas, na piscina do reactor 3, entrem em fusão e evitar um acidente nuclear maior, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo. No reactor 3, cuja estrutura externa foi destruída por uma explosão, a piscina está danificada.
Os esforços visam ainda arrefecer os reactores 1, 2 e 4, bem como a piscina deste último reactor.
"Com estas operações de bombeamento de água, estamos a combater um fogo que não conseguimos ver", comentou Hideohiko Nishiyama, sub-director geral da Agência japonesa de Segurança Nuclear, citado pela Reuters. "O fogo não está a alastrar mas não podemos dizer que está controlado".
O Departamento de Combate a Incêndios de Tóquio deverá juntar-se às operações na central, com 30 camiões, capazes de disparar grandes quantidades de água a grandes altitudes, e 140 bombeiros da sua equipa de resgate, adiantou ainda a Kyodo. Hoje os helicópteros deverão ficar em terra.
Ao início do dia, os funcionários de Fukushima dedicaram-se ao restabelecimento da electricidade, para tentar pôr a funcionar os sistemas de arrefecimento da própria central. As piscinas perderam os seus sistemas de arrefecimento depois do sismo de magnitude 9,0, de 11 de Março, seguido por um tsunami. Também deixou de ser possível monitorizar o nível da água e as temperaturas nas piscinas dos edifícios dos reactores 1 e 4.
A empresa Tokyo Electric Power Company (Tepco), que explora a central, acelerou os esforços para recuperar a energia nos reactores 1 e 2. Amanhã deverá fazê-lo nos reactores 3 e 4. No entanto, horas mais tarde, a corrente eléctrica ainda não tinha sido restabelecida, ainda que tenham sido feitos progressos.
Nuvens de fumo foram avistadas em três edifícios da central, informou fonte da Agência japonesa de Segurança Nuclear, sugerindo que as suas piscinas têm água em ebulição. O aumento da temperatura da água, normalmente a 40ºC, leva à redução do nível da água na piscina e expõe as barras de combustível usado à atmosfera, que poderão aquecer ainda mais e derreter, libertando materiais radioactivos no pior cenário, explicam especialistas citados pela agência Kyodo.
As medições na central de Fukushima 1 revelam que, esta manhã, os níveis de radiação diminuíram mas a Tepco - que explora a central - não quer falar ainda de uma tendência consolidada. Edano garante, citado pela Kyodo, que a radiação perto da central "não acarreta efeitos adversos imediatos para o corpo humano".
Se o Japão o pedir, 450 militares norte-americanos especializados em nuclear estão prontos a intervir, revelou hoje o comandante das forças americanas no Pacífico. A França e a Rússia também se disponibilizaram a ajudar.
Sismo e tsunami fizeram 6911 mortos
A situação na central nuclear de Fukushima foi causada pelo sismo e tsunami que abalaram a região Nordeste do Japão, a 11 de Março. A polícia nacional actualizou para 6911 o número de mortos confirmados, noticiou a agência Kyodo. De momento, o número de mortos e desaparecidos chegou aos 17.227. Cerca de 90 mil pessoas envolvidas nas operações de resgate já conseguiram descobrir 26 mil sobreviventes, desde a última semana.
De acordo com números do Governo, a catástrofe natural causou 269 incêndios, destruiu 11.991 casas e destruiu, parcialmente, 1232 estradas.
Actualmente, várias infra-estruturas vitais começam, gradualmente, a ser recuperadas. Estradas, aeroportos e portos começaram a ser restaurados.
No entanto, a distribuição de alimentos nos vários centros de abrigo, vindos de todo o país, continua difícil, devido à falta de combustíveis e de veículos de transporte. Há cerca de 370 mil pessoas em 2100 abrigos, numa altura em que a região vive uma vaga de frio.
Segundo a agência Kyodo, a falta de combustível levou o governo de Miyagi a autorizar o enterro das vitimas sem cremação. O governador de Miyagi, Yoshihiro Murai, apelou hoje aos sobreviventes do sismo para se deslocarem para outras províncias, por causa da dificuldade em providenciar alojamento a curto prazo. "Espero que as pessoas cooperem", disse aos jornalistas.
O porta-voz do Governo japonês, Yukio Edano, também disse em conferência de imprensa que o Governo está a considerar transferir os sobreviventes nos centros de abrigo da região de Tohoku para outras regiões.
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