Responsável pelo Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR diz que as autoridades japonesas estão a dar provas de uma grande organização na resposta à catástrofe.
À distância, acompanhando ainda assim a par e passo as acções no terreno, o responsável pelo Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR diz que as autoridades japonesas estão a dar provas de uma grande organização.
Em declarações à Renascença, António Paixão identifica problemas e prioridades, e também deixa a ideia de que mais de metade dos desaparecidos, talvez, nunca venham a aparecer.
O trabalho é gigantesco, muito complexo e cada vez mais multidisciplinar, mas, no que à missão de Protecção Civil diz respeito, o Japão continua a dar provas de ser um país organizado.
As prioridades estão definidas e a sua execução divide-se pelas duas grandes tarefas do momento: os efeitos do sismo e do tsunami, por um lado, e a ameaça nuclear, por outro.
Comum aos dois problemas é a questão dos deslocados, que o Tenente-Coronel António Paixão elege como uma das principais dores de cabeça logísticas neste momento.
O responsável do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR, uma das entidades portuguesas dotadas de equipamento e formação para executar os trabalhos actualmente em curso no Japão, diz que não há muito mais que se possa fazer para encontrar as cerca de dez mil pessoas que estão desaparecidas.
Face ao que o mundo pôde ver, António Paixão estima que, pelo menos metade, fiquem eternamente desaparecidas.
Em relação à ameaça nuclear, António Paixão garante que as autoridades japonesas estão a cumprir todos os requisitos internacionalmente definidos para estas situações. A dúvida está em saber qual é a verdadeira dimensão da ameaça e o nível de contaminação radioactiva.
De resto, as autoridades japonesas, com a ajuda das equipas enviadas por vários países, sabem bem o que têm que fazer.
“Se tivermos perante uma situação de radiação Alfa ou de produtos químicos ou biológicos, podemos utilizar unidades de descontaminação e descontaminar as pessoas, viaturas, locais. Quanto às radiações Beta e Gama, não, pela sua intensidade e características não é possível fazer a descontaminação. Temos que deixar fazer a dissipação e quem tiver afectado entra em processos de tratamento clínico para minimizar os efeitos”, explica o Tenente-Coronel António Paixão.
Uma coisa é certa, esta catástrofe no Japão está a ser acompanhada atentamente por toda a comunidade internacional de protecção civil, uma vez que abriu um vasto conjunto de novos estudos e reflexões sobre como prevenir e enfrentar uma situação com estes contornos.
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